Alexia e o mundo

Ser indiferente magoa, muito, mesmo!
Às vezes tenho a sensação de que antes de ti não existia, ou de que o que era, era insignificante.
E depois de ti, bem vistas as coisas, reduziste-me a uma insignificância que não me pertence, que me fez perceber que o que eu sou, o meu valor é definido por mim, e valorizado (ou não) por outros!
Hoje mal olhas pra mim e não é porque estás longe, é mesmo porque não queres; mas, mesmo assim, eu estou aqui, existo, sorrio, choro, respiro, vivo e, admira-te, até sonho, e muito!
Não sei dizer porque me aproximei de ti nem porque é que te deixei aproximar tanto de mim. Não era suposto ter acontecido. Mas aconteceu. Vivo bem com isso.
Não era suposto teres-te aproximado, como também não suponha que te afastasses tão depressa, e, acredita, em tudo foste furtivo, rápido e inflexível.
Mas não lamento isso, aprendi muito contigo, e, sobretudo, comigo. Aprendi que não nos entregarmos não significa que estejamos mais protegidos da dor. Aprendi que não vale a pena pormos entraves para ver a força de algo se, depois, conseguimos que esse algo se quebre antes mesmo de ter tido a oportunidade de ter ganho força!
Ainda hoje olho pra trás, não porque esteja presa ao nosso (meu) passado, mas, sobretudo, porque é esse o meu caminho, aquele que, provavelmente, não percorreria sozinha, mas que abri à força e do qual me orgulho porque se hoje sou mulher, força, vida é porque pelo caminho soube escolher as pedras que hoje controem meu pequeno trono!